É importante recordar que todas as crianças põem à prova as regras e as ordens impostas pelos pais, particularmente se, no passado, estas não tiverem sido aplicadas de forma consistente. As crianças só podem aprender que se espera delas um bom comportamento, se constatarem que o comportamento incorreto sofre consequências sistemáticas. A investigação refere que as crianças desobedecem aos pais em cerca de 30 por cento das vezes. As crianças pequenas protestam, gritam e fazem birra quando lhes tiram um brinquedo ou as proíbem de fazer algo que desejam. As crianças em idade escolar, por seu lado, também reagem mal e protestam quando lhes proíbem uma atividade ou recusam um objeto. É um comportamento normal, uma expressão saudável da necessidade de independência e autonomia da criança. Lembre-se de que os seus filhos estão apenas a testar as suas regras para ver se é consistente na sua aplicação. Se não for, então, da próxima vez, irão provavelmente elevar o teste.

 

Dar ordens de forma eficaz não pressupõe que se seja autoritário ou rígido. Devemos pensar bem antes de dar uma ordem, para ter a certeza de que é necessária e de que estamos preparados para aplicar as consequências. É importante encontrar um equilíbrio entre as escolhas da criança e as regras do adulto. Por vezes, é possível envolver os seus filhos na decisão sobre uma determinada regra, funcionando melhor com crianças com mais de 4 anos.

 

Caso não alteremos a nossa atuação com as nossas crianças, estas podem desenvolver perturbações disruptivas, do controlo dos impulsos e do comportamento, que incluem problemas de autocontrolo das emoções e dos comportamentos. Sendo um padrão frequente e persistente de humor zangado/irritável, comportamento conflituoso/desafiante e, por vezes, comportamento vingativo. Esta sintomatologia pode estar confinada a um contexto, sendo o mais frequente a sua casa. No entanto, em casos mais graves, os sintomas poderão estar presentes em vários contextos. Pode, na fase da adolescência, remeter para problemas de comportamentos de risco, ideação suicida, depressão, comportamentos auto-lesivos e delinquência.

 

Caso se reveja neste tipo de situações, não hesite em contactar-me.

 

Cuide de si, cuide da sua saúde mental.